Não foi preciso chegar o FMI ao nosso país para que eu criasse as minhas próprias "medidas de austeridade". As primeiras aconteceram por imposição das circunstâncias da vida, o dinheiro não dava efectivamente para pagar todos os encargos e despesas com que fiquei, e as outras foram surgindo à medida que era preciso apertar ainda mais o cinto, dado que todos os nossos bens essenciais aumentam menos os nossos salários.
Houve momentos em que desesperei, chorei como se não houvesse amanhã e praguejei muito, mas muito mesmo! A verdade é que o ser humano tem a capacidade de se reinventar a cada limite que lhe é imposto e de se superar a si mesmo. É incrível!
Posto isto, dei por mim a enumerar a quantidade de coisas que deixei de fazer e as que encontrei alternativa mais barata e é quase inacreditável aquilo que deixa de ser uma prioridade e passa a ser perfeitamente dispensável/supérfluo (às vezes até um luxo!). Posso dizer-vos que com o decorrer do tempo algumas já estão de tal forma intrínsecas que se tornaram hábitos e já não sofro (tanto) com elas. Outras até me surpreenderam pela positiva!
O primeiro grande corte orçamental acontece no final do ano passado e a partir daí foi sempre a "aviar":
- as prendas de Natal foram drasticamente reduzidas, contemplando na sua maioria apenas as crianças;
- a passagem de ano foi em casa;
- a marginal passou a ser o percurso diário em detrimento da A5;
- as idas à terrinha são pela nacional (ida e volta!) e em muito menos abundância;
- a festa de aniversário do principezinho foi só para a família (esta custou);
- não me ofereci nada pelo meu aniversário, apesar de ter por hábito dar uma prenda a mim mesma há anos (esta também custou);
- há muito tempo que deixei de usar perfume (acreditem que há alternativas e ainda ninguém me disse que cheirava mal);
- não compro roupa (altero a que tenho);
- não compro brincos, colares, pulseiras e afins;
- a depilação passou a ser "home made";
- as idas ao supermercado são com lista e obrigo-me a cumpri-la (já dei por mim a tirar coisas do carro que não estavam na lista);
- passei a comprar marca branca com muito mais afinco;
- percebi que o Jumbo é muito mais barato que o Continente;
- a gasolina é a do Jumbo (sendo que já percebi que fica mais barato na BP ao fim-de-semana com a campanha dos 18 cêntimos por litro);
- passei a fazer muuuuuuiiiiiiiitaaaaaaaaasssssssss contas;
- falo muito menos ao telemóvel (vai de sms) e sou "móóooooche";
- trago marmita de casa todos os dias para o almoço;
- jantares com amigos são, salvo raríssimas excepções, caseiros;
- a empregada passou a ir só 1 vez por mês fazer a limpeza geral da casa, sendo que as outras (e são muitas porque eu sou muito asseadinha!!) é a "je" que faz;
E é isto! Digam lá se não sou austera!...
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