"Longe do
formato documental ou de inspiração antropológica e à semelhança de outros
olhares criativos sobre Portugal onde a música assume papel determinante,
mantivemos a premissa de não usar a palavra como principal meio de comunicação. Questionámos a própria forma da presença, vivenciámos
ausências e dançámos de joelhos." Miguel Seabra
Seguiu-se uma matinée no Domingo para ver a
última criação de um coreógrafo que adoro, Rui Horta:
"O
mundo deu uma volta sobre si próprio e nada será como dantes. Girou depressa
demais e agora estamos a tentar processar o passado para podermos repensar o
futuro. Andamos sobre vidros? Nunca deixámos de andar sobre vidros, só que
agora estamos descalços. A crise sempre foi um ruído de fundo por trás das
nossas vidas, sempre houve momentos de recolher obrigatório." Rui
Horta
Curiosamente, esta criação do Teatro Meridional,
"Por causa da muralha nem sempre se consegue ver a Lua", com
encenação do Miguel Seabra, é extremamente coreográfica. A dança está muito
presente em diferentes cenas, tornando a peça intensa e subtil.
Já o espectáculo do Rui Horta, "Estado de
Excepção", tem uma presença tão forte de actores, que quase abafa os
momentos de coreografia e dança.
À primeira impressão era como se estivessem trocados os papéis de encenador e coreógrafio, tornando ainda mais interessante este paradoxo. Na realidade, as artes têm cada vez mais esta necessidade de mistura criando outras formas de ver e sentir um mesmo espectáculo.
Em ambos a música tem um papel determinante, de tal forma, que senti um despertar pela música do David Santos (Noiserv) que ainda não tinha tido (e se ele andou por perto!!).
À primeira impressão era como se estivessem trocados os papéis de encenador e coreógrafio, tornando ainda mais interessante este paradoxo. Na realidade, as artes têm cada vez mais esta necessidade de mistura criando outras formas de ver e sentir um mesmo espectáculo.
Em ambos a música tem um papel determinante, de tal forma, que senti um despertar pela música do David Santos (Noiserv) que ainda não tinha tido (e se ele andou por perto!!).
Diz-se que há um momento certo para tudo...
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