segunda-feira, 21 de março de 2011

QUANDO A POESIA SE JUNTA À PRIMAVERA

Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobra a Terra
Em Primavera feroz precipitado.

Chamo-te de Sophia de Mello Breyner Andresen

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