quarta-feira, 11 de julho de 2012

CONSTATAÇÃO

Sinto que são cada vez mais visíveis histórias como as do Mateus, da Maria ou da Inês (reportagem do Jornal da Noite na SIC na passada 3ª feira), que nos esmagam contra uma realidade dura e cruel que envolve pais e filhos numa luta desleal e absurda contra doenças raras e/ou incuráveis. Estamos a falar de crianças caramba, que tinham mais era que estar a brincar e a pular. Não consigo aceitar, quanto mais compreender, que tenham que passar por sofrimento e dor. Que tenham de lutar por uma vida que mereciam que fosse alegre, tranquila, pacífica.
É cá uma revolta e ao mesmo tempo uma impotência tão grande perante estas situações, que fico reduzida a um grão de areia. É verdade que ajudo: estou inscrita no banco de dadores de medula, sou dadora de sangue, há sempre uns euritos que vão parar às contas associadas a algumas destas causas, mas ainda assim acho que é tão pouco.
Dou por mim a questionar a existência do Deus que fui criando no meu mundo há medida que me fui afastando daquele que foi criado pela igreja e não sei se ainda acredito, se ainda vale a pena pedir alguma coisa. É tudo tão injusto à minha volta que já não sei se isto não é tudo uma grande ilusão.
A verdade é que sou uma privilegiada, sem saber muito bem porquê, e continuo a agradecer por isso, não sei muito bem a quem.

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