segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

1 FIM-DE-SEMANA E 2 ESPECTÁCULOS

Foi na 6ª feira com a ida ao Teatro Meridional que comecei este fim-de-semana cultural:
"Longe do formato documental ou de inspiração antropológica e à semelhança de outros olhares criativos sobre Portugal onde a música assume papel determinante, mantivemos a premissa de não usar a palavra como principal meio de comunicação. Questionámos a própria forma da presença, vivenciámos ausências e dançámos de joelhos." Miguel Seabra 
 
Seguiu-se uma matinée no Domingo para ver a última criação de um coreógrafo que adoro, Rui Horta:
"O mundo deu uma volta sobre si próprio e nada será como dantes. Girou depressa demais e agora estamos a tentar processar o passado para podermos repensar o futuro. Andamos sobre vidros? Nunca deixámos de andar sobre vidros, só que agora estamos descalços. A crise sempre foi um ruído de fundo por trás das nossas vidas, sempre houve momentos de recolher obrigatório." Rui Horta
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curiosamente, esta criação do Teatro Meridional, "Por causa da muralha nem sempre se consegue ver a Lua", com encenação do Miguel Seabra, é extremamente coreográfica. A dança está muito presente em diferentes cenas, tornando a peça intensa e subtil.
Já o espectáculo do Rui Horta, "Estado de Excepção", tem uma presença tão forte de actores, que quase abafa os momentos de coreografia e dança.
À primeira impressão era como se estivessem trocados os papéis de encenador e coreógrafio, tornando ainda mais interessante este paradoxo. Na realidade, as artes têm cada vez mais esta necessidade de mistura criando outras formas de ver e sentir um mesmo espectáculo.
Em ambos a música tem um papel determinante, de tal forma, que senti um despertar pela música do David Santos (Noiserv) que ainda não tinha tido (e se ele andou por perto!!).
Diz-se que há um momento certo para tudo...

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